Foto: Reuters
Quase três anos após o início das revoluções no Oriente
Médio, a região está fervilhando novamente com a queda do presidente do Egito,
Mohamed Morsi, eleito democraticamente mas que presidiu o país por um ano com
mãos de ferro. Em 2010, com a derrubada
do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, após manifestante atear fogo
ao próprio corpo e gerar a ira do povo contra o regime, teve início a chamada
Primavera Árabe. E até hoje ela segue em curso. Presidentes e ditadores caíram:
Iêmen, Líbia, Egito e Tunísia. Uma guerra civil segue na Síria para tirar
Bashar Al Assad do poder.
Morsi caiu do poder após ser eleito democraticamente pelo
povo egípcio. No exercício do mandato, colocou as regras da religião do seu
partido, a Irmandade Muçulmana, acima das leis e da constituição do país. Se
deu mal! Durante quase 10 dias uma insurgência civil clamou por mudanças e o
ministério da defesa egípcia depôs o mandatário do poder. Interinamente foi
nomeado o presidente da Suprema Corte, Adly Mansour. Hoje o país se
encontra num caos, sem uma liderança de Estado, sem constituição, sem
parlamento. A imprensa chegou a noticiar a nomeação do vencedor do Nobel da Paz
de 2005 e um dos líderes de oposição ao partido da Irmandade Muçulmana, Mohammed
ElBaradei como primeiro ministro do país nesse sábado, o que foi negado pelo
porta-voz da presidência. O nome que for indicado ao cargo,
ficará encarregado de formar um novo governo para comandar o país até que seja
feita uma nova eleição.
O mundo vê essa mudança com reticências. Uns chamam de
revolução, outros de golpe de Estado. Mas o que se viu foi uma população clamando por mais democracia e
liberdades nas ruas do Egito; algo que o governo Morsi não concedia, apesar de
ter sido eleito por esses preceitos.

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