sábado, 6 de julho de 2013

O Egito em ebulição


Foto: Reuters

Quase três anos após o início das revoluções no Oriente Médio, a região está fervilhando novamente com a queda do presidente do Egito, Mohamed Morsi, eleito democraticamente mas que presidiu o país por um ano com mãos de ferro.  Em 2010, com a derrubada do presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali, após manifestante atear fogo ao próprio corpo e gerar a ira do povo contra o regime, teve início a chamada Primavera Árabe. E até hoje ela segue em curso. Presidentes e ditadores caíram: Iêmen, Líbia, Egito e Tunísia. Uma guerra civil segue na Síria para tirar Bashar Al Assad do poder.

Morsi caiu do poder após ser eleito democraticamente pelo povo egípcio. No exercício do mandato, colocou as regras da religião do seu partido, a Irmandade Muçulmana, acima das leis e da constituição do país. Se deu mal! Durante quase 10 dias uma insurgência civil clamou por mudanças e o ministério da defesa egípcia depôs o mandatário do poder. Interinamente foi nomeado o presidente da Suprema Corte, Adly Mansour. Hoje o país se encontra num caos, sem uma liderança de Estado, sem constituição, sem parlamento. A imprensa chegou a noticiar a nomeação do vencedor do Nobel da Paz de 2005 e um dos líderes de oposição ao partido da Irmandade Muçulmana, Mohammed ElBaradei como primeiro ministro do país nesse sábado, o que foi negado pelo porta-voz da presidência. O nome que for indicado ao cargo, ficará encarregado de formar um novo governo para comandar o país até que seja feita uma nova eleição.

O mundo vê essa mudança com reticências. Uns chamam de revolução, outros de golpe de Estado. Mas o que se viu foi  uma população clamando por mais democracia e liberdades nas ruas do Egito; algo que o governo Morsi não concedia, apesar de ter sido eleito por esses preceitos.

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